sábado, 16 de abril de 2011

eu quero!

"Dane-se a escrita. Quero uma passagem de avião. Quero o beijo que eu não te dei e quero a porra da incógnita. Quero as manhãs e as tardes. Quero não saber o que fazer com isso, mas quero isso. Quero você perto. Porque me sinto bem com você... porque te faço bem, porque você me faz bem.


Quero dividir meu mundo com você, mas quero que você ainda tenha o seu. Quero que você vá, quero que você brinque, mas sobretudo porque quero que você volte. Quero você perto. Ainda que longe. Porque me sinto bem com você... porque te faço bem, porque você me faz bem." (Elenita Rodrigues)

sexta-feira, 25 de março de 2011

E

essa angústia, que eu não sei de onde vem?

segunda-feira, 21 de março de 2011

don't you even care?




É tsunami no Japão, cheia no Mato Grosso, violência no Rio. É fome na África, assalto ali na esquina, violência dentro de casa. É traição de namorado, é deslealdade de irmão, esquecimento de amigo. É não se importar com o outro, não se preocupar com as consequências, não dar bom dia, não oferecer um sorriso sem nada em troca. É não lembrar de ligar para perguntar como as coisas vão, é não dar a sua atenção não-dividida, completa, a um amigo. É não escutar os problemas dos outros, é não separar alguns minutos do seu dia para ficar em paz consigo mesmo. É não mudar de canal durante o 'bbb', não deixar a vida virtual tomar mais espaço que a real, é não agradecer a boa-vontade de alguém. É não ter boa vontade. É não cumprir as promessas, não se doar. É esquecer que momentos são mais importantes que bens materiais e que dinheiro serve para isso mesmo, para gastar. É julgar sem conhecer, olhar de esguelha porque aquele ali é diferente. É não se importar com a desgraça do Japão a seca do Sertão a violência do Rio a violência da nossa rua a escassez do que não pode faltar e o desperdício de tudo que a gente tem. É não amar, é nem perceber que não amamos. É tanta tragédia que eu nem sei pelo quê chorar...

domingo, 13 de março de 2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

attetion, tu pourrais te blesser.

Devia ter isso escrito na testa de cada pessoa que passasse por nós. Atenção! Você pode se machucar!! E deviam tocar sirenes e luzes se acenderem a toda hora: cuidado, cuidado! Por que sempre é o que acontece, não? O gostar é diretamente proporcional ao sofrer. Só questão de tempo, mas quanto mais você gostar de alguém, mais vai sofrer. Usamos as pessoas como substitutas: da solidão, do tédio, da carência, de outras pessoas, do tédio e carência de outras pessoas. Antigamente isso até funcionava. Casamento era até que a morte os separe, ao homem era permitido trair e às mulheres cabia aceitar. Bom ou ruim? Sei lá. Sei que hoje continuam dizendo nos casamentos "na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe" e blablabla. Os homens continuam traindo e a diferença simplesmente é que agora as mulheres não devem aceitar (isso seria uma traição com a raça feminina, imagine). Aliás, ninguém é obrigado a aceitar nada, a cumprir nenhuma promessa. É tudo muito zen, muito livre, muito bom. Sabe o que eu acho que mudou? Nesse mundo rápido, confuso e sem rumo temos tanto medo de ser devorados pelo tempo que queremos viver tudo de uma vez só. Então nos acostumamos a olhar para nossa barriga e dizer que temos os maiores problemas de todos, que nossa situação é a pior, que meu dia foi mais que péssimo e que os erros dos outros são os piores. Somos a geração mais egoísta de todas. Calma aí. Egoísta, eu? Sou sim, e você?
Então fica o aviso: attetion, tu pourrais te blesser.

Pena que nós precisemos tanto de companhia que acabamos atados numa rede grudenta de relacionamentos caóticos...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

quanto tempo?

Uma vez disse aqui a seguinte frase: "A lembrança é o único inferno ao qual fomos condenados em inocência." (do filme Nouvelle vague). Não consigo pensar em outra frase mais direta e verdadeira para o que senti nos últimos meses. Nada dói mais do que a lembrança... Coisas que eu nem sabia que ainda estavam na minha cabeça, mas estão; tão bem guardadas, ficam à espreita e voltam quase todas as noites para me assombrar. É nesse momento que tudo é mais terrível. Na solidão do quarto, da cama vazia. Quando não há nada além desse passar lento de horas, de noite após noite de insônia.
Discordo de quem diz que nós podemos escolher o que fica em nós e o que deixamos para lá. Como? Seria tão fácil, tão bom... É nesse ponto que trabalham todos os terapistas, não? Eles buscam explicações para todas as obsessões, depressões, desilusões e todos os outros 'ões' que aparecem em seus consultórios. Então oferecem suas explicações e perguntam se os pacientes não acham que é isso que está acontecendo ou se seu inconsciente isso, seu inconsciente aquilo. É aqui que eu pergunto: e daí? Tudo que nós queremos é parar de sentir o que sentimos, parar de agir como agimos, parar de pensar como pensamos. E como se faz isso? Talvez a grande ajuda seja apenas ouvir, e ouvir... Sobre os mesmo assuntos sempre e de novo e de novo. Até que o poço seque e a vez daquele problema passe.
Quanto tempo meu poço vai demorar pra secar?