domingo, 7 de novembro de 2010

e não passa nunca...

"Fico cabisbaixo, sem vida e me dou por vencido, deixo você fazer a festa em minhas memórias. No entanto sobra um gosto revoltado pois a vida não pode ser só isso, deve ser plena, ampla, setembro sempre entrando. Acho desastroso quando fazemos da existência uma novelinha encantada. Detesto lamúrias-auto-cêntricas. Viver está mais pra ser grandioso, deve ultrapassar nossa própria imensidão, precisa ter algo que vá além da gente.

E eis-me aqui, sendo aquilo que eu mais desprezo. Entrego-me a essa autoflagelação e dou a luz a uma imensa pena de mim mesmo, alimentando as pequenas dorzinhas e pra quê? Puro narcisismo. Pura e doce mel-ancolia. Só que dentro de minha confusão, a ternura não cede, invade-me de novo. Tenho um olho atravessado pelo detalhe do sublime.

Tenho repetido que, no que depender de mim, sempre existirá doçura para ti.
Sinto saudade é claro, principalmente das pequenas coisas, aquelas que só temos consciência da grandeza e da importância depois de vividas. Coisas simples como te encontrar e perguntar como foi o seu dia ou se podemos levar peixes dourados para terras distantes. Queria te dizer coisas simples e bonitas, coisas que te mostrassem o quanto você continua importante, o quanto te guardo com carinho em muito de meus dias, coisas desse tipo, que talvez você compreenda como um abraço, ou talvez como uma mentira. Tanto faz.

Nada me toca e nada me define. Fico nesse espaço do não pertencer e apenas me sinto em casa em alguma lembrança onde você esteja fazendo descontrolada uma imensurável desordem com pequenos movimentos que me dá conforto, que me traz esse aconchego que não me lembro muito bem se é uma invenção de meu desejo ou uma proteção contra essa vida que hoje tenho com quinas por todos os lados. Sem você, acabei assim, num quarto cheio de coisas espalhadas pelo chão, uma parede descascando, onde tudo que me toca também me machuca. Às vezes acho que não poderei agüentar e sinto uma vontade afogada de entrar na primeira coisa que se move e me deixar levar para sempre. (...)
Tenho uma saudade louca, dessas que parecem que terminamos apenas ontem. Vontade louca de te buscar e estender meus braços dizendo está tudo bem."

do blog: http://vemcaluisa.blogspot.com/

terça-feira, 2 de novembro de 2010

raiva

Só espero que um dia você se liberte dessa vida de ilusão e perceba que tudo tem seu tempo. Muito fácil ser nostálgico só das coisas boas... Queria que pensasse em tudo, nos seus erros do passado e nos momentos ruins que você fez questão de esquecer. Queria que um dia você percebesse o quanto foi desleal a mim. O quanto me decepcionou. Não acredito ainda que fui tão dócil com você, sabia? Você não merecia, você não me merecia. Você não me merece. Vai, sai da minha vida. Quero fingir que nunca perdi meu tempo com você. Fingir que as coisas que você me ensinou eu aprendi sozinha. Fingir que nunca chorei por ti. Que você foi tão insignificante que nunca nem sequer me fez sofrer. Só fingir; pois ambos sabemos que eu doei mais que meu tempo a você, doei meu carinho, minha dedicação, meus segredos. Doei o que tinha de melhor em mim: minha confiança, minha lealdade, por que não dizer meu amor? Sem querer acho que acabei te amando. Olha aí, que confusão. Seria o justo você ter significado tão pouco pra mim quanto eu signifiquei pra você. Mas a vida não é justa. E aí? O que eu posso fazer agora? Já cansei de sentir sua falta, de falar de você, de querer saber como anda sua vida e se você ainda pensa em mim. Bato palmas, meu querido. Você conseguiu me fazer de perfeita idiota. Pra quê? Foi divertido pra você? A palhaça aqui vai saindo de cena... Arranje outra pro seu circo. Outra que caia na mesma armadilha que eu. Continue essa pessoa triste que você é. Eu não quero ligar mais. E um dia espero poder dizer: já te superei.